É Natal, é Natal vamos celebrar… e vamos também refletir, agradecer e sobretudo ser grat@s!
Mas o que é a gratidão? E por que carga de água me ocorreu falar dela neste blog, que se espera dedicado ao Natal?
É precisamente por o Natal estar à porta, por o ano estar a terminar, que tenho pensado tanto em tudo o está à minha volta e no quanto sou grata pela minha vida! E há até quem defenda que a gratidão é um dos principais gatilhos da felicidade e eu acredito realmente nisso.
Neste exercício que tenho feito ao longo deste último ano, tenho descoberto várias coisas que pretendo partilhar convosco. E esta época que se quer de amor, reflexão e agradecimento é altura certa para o fazer!

Mas comecemos pelo princípio.
Para falar sobre gratidão, é imperativo que se entenda que esta vai além das hashtags mãozinhas, (colocar emogi) que vemos quase em todo o lado e nem sempre nos parecem sinceras. E que apesar de andar de mãos dadas com o agradecimento, a gratidão é mais do que isso.
Assim, comecemos pela definição:
gra·ti·dão
(latim gratitudo, -inis)
nome feminino
1. Sentimento de lembrança e agradecimento por um bem recebido, em relação ao autor. = RECONHECIMENTO
2. Qualidade do que é grato.
“gratidão”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021
Já aqui podemos ver que apesar de se agradecer o “benefício” recebido (seja ele qual for), pressupõe-se uma lembrança do mesmo e um reconhecimento da sua importância, assim como da pessoa ou situação que o desencadeou. A gratidão é sobretudo uma caraterística da pessoa que a sente, é uma capacidade de cada um ou um trabalho que se tem de fazer para reconhecer as coisas boas da sua vida, aceitá-las e fazer-se feliz com elas.

Eu acredito que a gratidão é uma forma de estar na vida, é um estado de alma, e chegar a ela dá trabalho mas dá também frutos maravilhosos!
Parece fácil ser grat@ pelas coisas boas que nos acontecem ou nos fazem, quando elas resultam das nossas escolhas ou quando são consequências diretas das nossas decisões. Já ser grato por coisas ou pessoas que surgem de situações que a vida nos atira, nas quais tivemos zero escolha ou interferência, isso é mais difícil. Especialmente, se à primeira vista nada nos parecer positivo!
E é exatamente isto que torna a gratidão um lavor diário, uma tarefa árdua para muitos, quando para alguns parece uma espécie de dom com que nasceram!
Como estar grato quando tudo à nossa volta parece correr mal?
A resposta está nas palavras de Melody Beattie – “a gratidão desbloqueia a abundância da vida. Torna o que temos em suficiente, e mais. Ela torna a negação em aceitação, caos em ordem, confusão em claridade. Ela pode transformar uma refeição num banquete, uma casa num lar, um estranho num amigo. A gratidão dá sentido ao nosso passado, traz paz para o hoje, e cria uma visão para o amanhã.”

Podia passar o dia a tentar encontrar e a dar-vos diversas motivações para ser grata, mas prefiro partilhar convosco tudo pelo qual o sou. Eu sou grata:
– pela minha família, aqueles de quem nasci e com quem me fiz gente, mas também aqueles que entraram na minha vida e se fizeram família ligados apenas pelo laço mais bonito que existe – o amor;
– pelo meu filho, uma fofa caixinha de surpresas e desafios, cheia de magia e embrulhada em amor, que tanto me tem ensinado;
– pela saúde, a minha e a dos meus, que nestes dois últimos anos todos reaprendemos a valorizar;
– pelas escolhas, todas as que fiz até hoje (mesmo aquelas que correram mal, mesmo os “tiros nos pés”) trouxeram-me até aqui e ajudaram a moldar caráter e a afirmar convicções;
– por poder dar ao meu filho tudo o que lhe faz verdadeiramente falta e até coisas que são um luxo;
– por poder fazer pelos meus o que já fizeram por mim;
– pelo meu trabalho, que apesar de diferente e, às vezes, caótico me permite fazer tantas coisas diferentes e sem me deixar cair na monotonia da mesma tarefa;
– pela escola do meu fofo (nela incluo todas as pessoas que a fazem, porque são elas, que comigo, o leem e lhe dão a mão nesse caminho bonito e escorregadio, que é crescer);
– por ter um teto, comida na mesa (na despensa e no frigorífico) e todas as comodidades de que preciso e algumas até a mais, para ser honesta;
– por fazer parte de uma equipa, que embora diferente e desafiante, é uma família (com tudo aquilo que isso implica);
– por poder passar o Natal rodeada de alegria e poder sentir e partilhar amor com quem me é mais querido;
– pela bondade, solidariedade e empatia que encontro quase todos os dias, em pessoas que nem sempre conheço e que nos fazem pensar que o este mundo ainda gira na direção certa;
– por ter aprendido a perdoar e agora poder sentir a paz que isso me trouxe;
– por estar rodeada de pessoas que me inspiram a querer ser melhor todos os dias;
e sobretudo pelo Amor, por ter aprendido que ser feliz é simples, basta querer!

Porque gratidão não é só agradecer, é sobretudo um estado de alma. Há sempre tanto pelo qual sou grata, todos os dias. Há o pouco que na verdade é muito e sou grata por isso!
E tu, sabes pelo que és grat@?
Por Sandrina Fernandes
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