Portes: Compras até 19,99€ - 3,90€ | Grátis a partir de 20€

A pele e os meus disparates!

Hoje venho falar-vos de pele. Da pele que mais admiro e da minha.

Gostava que conhecessem a minha mãe! Ainda não vos disse mas a minha mãe é linda (bem sei que sou suspeita, mas é verdade), tem uma pele branquinha que facilmente fica toda escaldada pelo sol, macia e só a partir dos 55 anos começou a ter as chamadas rugas de expressão, e, ainda mais tarde, os chamados “pés de galinha”. A minha mãe tem uma pele normal, nunca lhe vi ponta de oleosidade, e cresci a admirar e a invejar isso.


Sempre admirei como ela tinha aquela pele bonita e iluminada sem grandes cuidados a não ser “lavar a cara” de manhã e à noite, sem usar cremes, protetor solar e só com umas rodelas de pepino nas épocas em que a horta os produzia em abundância.
Se este é o tipo de pele da minha mãe, e já repararam que cresci a invejar a pele dela, é porque a minha é o oposto. Tenho uma tez mais trigueira (eu costumo dizer amarela) e outro tipo de pele: mista com tendência a oleosa. 37 anos e rugas de expressão já evidentes e ainda em negação da possível existência de “pés de galinha”.

Durante muito tempo quis acreditar que depois da adolescência a coisa melhorava, só que não! Primeiro tive uma adolescência forte em oleosidade e acne e que se estendeu até aos 20s, depois que terminou a adolescência levei uma chapada de realidade – a minha pele não pode ser mais diferente da da minha mãe. Se gosto? Não, mas tenho vindo a aprender a lidar e a viver bem na minha pele.

A idade traz-nos uma maior consciência de nós próprias, do que temos de bom e menos bom, do nosso corpo e da nossa pele. Esta consciência vai crescendo, mudando e evoluindo. Se estas palavras vos parecem sinónimos, devo dizer-vos que para mim são coisas bem diferentes.
A noção de como somos aumenta todos os dias (em especial naqueles dias em que estamos cinzentas por dentro e que olhar para o espelho devia ser proibido), cada dia descobrimos uma nova caraterística, um novo comportamento da nossa pele, do nosso corpo. Isto traz mudança na forma como nos vemos, no que podemos e queremos fazer para melhorar este ou aquele aspeto e a mudança traz evolução, quer seja na informação que pesquisamos, nos métodos que usamos, nos produtos que escolhemos, no que queremos dar à nossa pele e nos resultados que esperamos obter.

Porque o caminho se faz caminhando, decidi partilhar convosco o que aprendi, mudei e evoluí até hoje, no que toca à minha pele. E sim, fiz muitas asneiras pelo caminho e, pelo que me conheço, ainda vou fazer mais umas quantas. No entanto, não são só coisas más, também tenho aprendido uns truques que funcionam com a minha pele.

Primeiro disparate: A temperatura da água do banho (este vem de trás, mantém-se e não vejo que o vá deixar de fazer).
Eu gosto de água quente! Ora água quente não faz bem nem ao cabelo (desidrata-o, tornando-o seco e quebradiço com o tempo, assim como aumenta a oleosidade do couro cabeludo), nem à pele já que retira a sua barreira protetora, ressecando-a, ao mesmo tempo que estimula a produção de sebo, deixando a cara mais oleosa.
Truque: pelo menos o rosto eu tento lavar com água morna e como o lavo sem ser só no banho, tendo a acreditar que não estou sempre a fazer asneira. E é verdade que noto diferença no comportamento da minha pele quando não uso água quente para a lavar, especialmente no que toca à oleosidade.

Segundo disparate: Acreditar que o acne só acontece na adolescência!
Era bom que assim fosse, mas não é. O acne não escolhe idades e acontece o mesmo em peles adultas e maduras. Mas porquê? Além da oleosidade da pele, as grandes culpadas são as hormonas! As alterações hormonais que acontecem ao longo da vida (especialmente nas mulheres), aliadas a uma vida mais stressante e a noites mal dormidas, formam o cocktail perfeito para termos acne durante períodos específicos e ao longo da vida.
Truque: não tenho! Mas penso que noites bem dormidas (ainda não redescobri isso, mas dizem que ajuda a equilibrar a circulação da pele, evita a produção de radicais livres pelo descontrolo hormonal e evita que a pele resseque e envelheça precocemente) e a prática de atividades que nos satisfaçam e ajudem a equilibrar o stress do dia-a-dia sejam capazes de ajudar. E parem de culpar o chocolate! Não há evidências que comprovem uma relação direta de causa e efeito entre comer uma tablete de chocolate de tamanho XXL e acordar com a cara em obras (pelo menos para todas as pessoas, no entanto é sabido que uma alimentação rica em açúcares e gorduras e hidratos de carbono vazios aumenta os problemas de pele, e na verdade problemas físicos em geral – logo não se deve tornar habitual o consumo de tabletes de chocolate e deve manter-se uma alimentação colorida, variada e equilibrada).

Terceiro disparate: A pele jovem não precisa de hidratação.
Quando somos jovens, somos os donos do mundo e nada nos afeta e há ainda a crença de que só a partir dos 25 é que devemos começar a ter cuidados com a nossa pele. É mentira. Todos devem hidratar a pele para ajudar a prevenir irritações, suavizar o aspeto esbranquiçado, melhorar a textura e protegê-la dos agentes externos. Hidratação mais suave para as crianças e mais intensa para peles mais maduras.
Truque: Se forem como eu, uma preguiçosa de primeira que tem de pôr o creme no corpo, aproveitem assim que saem do banho e hidratem-no logo, assim, ainda não se vestiram e a pele não está seca.

Quarto disparate: Pele oleosa não precisa de hidratação, precisa é de estar seca.
Aqui está um dos maiores disparates que fiz. Eu não hidratava a minha pele mista com tendência a oleosa porque já achava que andava sempre a escorrer e que com tanto óleo claramente não precisava de a hidratar. Grande, grande erro! TODAS as peles precisam de ser hidratadas. Hidratação é diferente de oleosidade e ao contrário do que se possa pensar, uma pele hidratada controla melhor a oleosidade; já uma pele desidratada tende a ficar ainda mais oleosa. A tendência natural de quem tem pele oleosa é lavar muitas vezes ou escolher produtos que ajudem a acabar com a oleosidade. Depois isto, é uma espiral que normalmente termina connosco a arruinarmos a nossa pele, desidratando-a, vendo-a perder brilho e produzir ainda mais sebo.
Truque: perder o medo e escolher os produtos certos para a tua pele. Produtos que a limpem mas não a sequem e logo não a obriguem a produzir mais sebo do que naturalmente faz. Pasmem-se, o produto certo pode ser mesmo um óleo! Se tiver os ingredientes específicos para o teu tipo de pele, o teu óleo de limpeza nutre, suaviza e ajuda-a a recuperar. Por isso, se ainda estás naquela fase em que não sabes bem o que usar e ainda não criaste uma rotina de cuidado da tua pele, o conselho de quem começou tarde a cuidar de si, é: pesquisa, informa-te, tira dúvidas, o produto certo para ti já existe e vai deixar a tua pele mais saudável e obviamente mais bonita.

Quinto disparate: Dormir maquilhada.
Quem nunca? Mas isto além de ser pouco higiénico no geral e sinónimo de preguiça, faz com que os pigmentos se acumulem obstruindo os poros, deixando a pele mais oleosa e irritada, podendo mesmo causar inflamações.
Truque: optar por um produto de limpeza adequado ao teu tipo de pele, que proporcione uma limpeza suave e eficaz, sem a obrigar a produzir sebo em excesso e assim contribuir para o seu equilíbrio natural. Eu uso umas gotas do Óleo de Limpeza e Desmaquilhante para peles mistas e oleosas da GREENSENSE diretamente no algodão e depois é só passar o rosto por água tépida e retirar o excesso de óleo com uma toalha. E não, não fico com a cara a escorrer e, para grande surpresa (confesso que era mesmo cética em relação a usar um óleo na minha pele oleosa), o rosto até fica mais seco do que se não usar nada.

Sexto disparate: Não usar protetor solar na cara em dias nublados.
Apresento-vos o maior erro da história da minha pele! A verdade é que só usava protetor solar quando ia à praia!!! Nem vale a pena tentar argumentar a parvoíce que isto é, por isso passando à frente posso dizer-vos o resultado: manchas no rosto. Calma que a culpa não é só do sol ou da minha irresponsabilidade, a culpa é também de uma predisposição genética (claramente do lado do pai, :D) e, ainda, do meu filho!!! Quando engravidei continuava a ter os mesmo cuidados em relação ao sol que tive sempre (ou seja quase nenhuns, a não ser quando ia a banhos) e nem me apercebi quando começaram a aparecer as primeiras manchas; só que depressa se espalharam pela cara toda. E só quando uma amiga, também grávida na altura, me disse que andava a colocar um protetor solar de rosto específico para evitar mais manchas é que me caiu a ficha. A meu favor devo dizer que o nosso cérebro funciona de maneira diferente quando estamos grávidas e toda gente me dizia que depois do pequeno nascer elas desapareciam, mas é mentira (no meu caso foi)! Desculpas à parte, a verdade é que hiperpigmentação típica da gravidez desapareceu quase toda (e não, não esfreguei o primeiro xixi do miúdo na cara – riam-se à vontade mas isto é crença antiga), mas ficaram as manchas que eram resultado da minha falta de cuidados (e logo na testa, assim meio em forma de continente).
Truque: Usar protetor solar sempre! No meu caso o que não tem remédio, remediado está! Mas agora ponho protetor sempre, mesmo em dias nublados porque desenganem-se, lá porque não vêem o sol, a vossa pele ainda é atingida pelos seu efeitos e as nuvens só filtram cerca de 20% dos raios ultra violetas. E se besuntam os miúdos antes de irem para a escola, por que razão saem de casa sem espalhar creme na vossa cara?! Agora eu atenuo as manchas que já tenho, previno que apareçam mais e tento evitar o aparecimento de coisas bem mais “chatas”. Estou a caminho dos 40, num passo já moderadamente apressado, mas quero lá chegar EM BOM! 😉

Resumindo – deixo-vos uma lista de pequenas mudanças na evolução da minha consciência e no meu cuidado da pele:
– lavar a cara 2 vezes por dia faz bem, pelo que vejo pela minha mãezinha, mas com produtos que a limpem e a mantenham equilibrada;
– tirar a maquilhagem todos os dias;
– hidratar a pele;
– proteger a pele contra a irresponsabilidade, a estupidez e o sol;
– ter uma alimentação colorida, variada e equilibrada;
– beber água – já dizia a minha obstetra “olhe tem vontade de comer, beba água!” – mal não faz; 😀
– pesquisa, informa-te e escolhe os produtos certos para o teu tipo de pele.

Os cuidados com a pele mudam com a idade. As suas necessidades também se alteram com o amadurecimento, por isso as nossas rotinas de cuidado e beleza também devem mudar para que possamos responder-lhes. Está atenta, olha-te ao espelho, vê os sinais, as manchas e as pistas que a tua pele te dá! Não te esqueças que a pele cobre todo o teu corpo e que se ela está bem e tu estás de bem com ela, então estás de bem contigo!

Por Sandrina Fernandes

Leave a Comment